Pela vida das mulheres – O papel da arma de fogo na violência contra a mulher

O relatório “Pela vida das mulheres – O papel da arma de fogo na violência contra a mulher” (4ª edição, 2025), do Instituto Sou da Paz, revela a persistência da violência armada contra mulheres no Brasil e destaca os seguintes pontos principais:

• Homicídios de mulheres e armas de fogo: Em 2023, foram registrados 3.946 homicídios femininos, sendo 50% cometidos com armas de fogo. A letalidade armada segue um padrão histórico, com mulheres negras representando 72% das vítimas.
• Violência não letal: Além dos homicídios, foram registradas 4.395 ocorrências de violência armada não letal contra mulheres em 2023, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. Os tipos de violência mais comuns foram física (52,8%), psicológica/moral (22,2%) e sexual (13,8%).
• Perfil das vítimas e locais dos crimes: A maioria das vítimas são mulheres jovens e adultas (20 a 39 anos). A violência armada ocorre principalmente dentro de casa (43,8%), reforçando a necessidade de políticas de proteção a vítimas de violência doméstica.
• Desigualdade racial e feminicídio: A taxa de homicídios femininos entre mulheres negras é duas vezes superior à de mulheres não negras. Em alguns estados, como Piauí e Alagoas, essa diferença pode ser de até 19 vezes.
• Cultura armamentista e risco: O relatório alerta para o aumento da circulação de armas no Brasil, destacando que a presença de armas em domicílios está diretamente relacionada ao aumento de feminicídios e outras violências contra mulheres.
• Recomendações: O estudo sugere ações como o fortalecimento da rede de proteção às vítimas, a ampliação da notificação de casos de violência armada, a restrição do acesso a armas para agressores e a melhoria da fiscalização sobre armas de fogo no Brasil.

O relatório reforça a necessidade de políticas públicas intersetoriais para prevenir e enfrentar a violência armada contra mulheres, priorizando medidas de proteção, atendimento às vítimas e controle de armas.

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